sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Lista de pesquisadores que testemunharam ou investigaram fenômenos paranormais


  1. W Croockes 
  2. Lodge
  3. Ch Richet
  4. A R Walace
  5. Robert Hare
  6. Henry Sidgwick
  7. Miss Sidgwick
  8. R Amadou
  9. R Tocquet
  10. Hans Bender
  11. Nandor Fodor
  12. P Grasset
  13. Th Flournoy
  14. Boirac
  15. Lafontaine de Jussieu
  16. Buchanan
  17. Branly
  18. Mme Curie
  19. Eug Osty
  20. A de Rochas
  21. Lombroso
  22. S Freud
  23. Jung
  24. Franck Podmore
  25. Gurney
  26. Frederich Myers
  27. Guthrie
  28. Richard Hodgson
  29. Hans Driesh
  30. Ed Hartmann
  31. Th Fechner
  32. Jonh Crawford
  33. Ermacora
  34. Bottazzi
  35. Tamburini
  36. Orchorowicz
  37. Henrico Morselli
  38. Eugene De Gasparin
  39. J Maxwell
  40. Zollner
  41. Schrenck - Notzing
  42. Lorde Adare
  43. D Arsonval
  44. A Aksakof
  45. Grunewald
  46. T K Oesterreich
  47. Rudolf Tischner
  48. Samuel Soal
  49. J B Rhine
  50. Harry Price
  51. Gustav Geley 
  52. James Hyslop
  53. William James
  54. Hans Holzer
  55. Erlendur Haraldsson
  56. Eric Dingwall
  57. Hereward Carrington
  58. Wathely Carrington
  59. Willian F Barret
  60. Dr Schwab
  61. Luciani
  62. Cesar Vesme
  63. Thouless
  64. De Thury
  65. Chiaia
  66. Alrutz
  67. Sokolowski
  68. Yourievitch
  69. Breslauer
  70. De Luys
  71. Bozzano
  72. G N M Tyrrell
  73. Tenhaeff
  74. René Sudré
  75. Camille Flammarion
  76. Einsenbud
  77. J M Charcot
  78. F E Leaning
  79. Hornell Hart
  80. Dr Ferroul
  81. Schottelius
  82. Chworin
  83. Hettinger
  84. Pagenstecher
  85. Warcollier
  86. Bateman
  87. J G Pratt
  88. Justinus Kerner
  89. David F Strauss
  90. Schoepenhauer
  91. Alfred Binet
  92. Karl du Prel
  93. G J Romanes
  94. A J Balfour
  95. William Mac Dougall
  96. F C S Schiller
  97. Henri Bergson
  98. Newcomb
  99. Stanley Hall
  100. A Schmoll
  101. Pierre Janet
  102. Paul Gibier
  103. Alfred Erny
  104. Gérosa
  105. Schiaparelli
  106. Porro
  107. J Courtier
  108. T Longaud
  109. W Mackenzie
  110. Holub
  111. Berzé
  112. Lebiedzinski
  113. Mangin 
  114. Bisson
  115. Visani
  116. Eppes Sargeant
  117. W Bryant
  118. B K Bliss
  119. W Edwards
  120. David A Wells
  121. Morgan
  122. Marques C J E C de Mirville
  123. Joseph Ennemoser
  124. Loewe
  125. Karl Mittermayer
  126. Hieirich Zoepfl
  127. Robert vom Mohl
  128. Vangerow 
  129. Karl Von Eschemayer
  130. Eugene Nus
  131. Louis Figuier
  132. Lord Rayleigh
  133. Thaw
  134. Backman
  135. Salter
  136. Troubridge
  137. Verrall
  138. Veraguth
  139. Damiani
  140. Boldero
  141. Mapes
  142. David Brewster
  143. Butleroff
  144. Cel Olcott
  145. Schreibner
  146. Willian Edward Webster
  147. Venzano
  148. Vassalo
  149. Perrin
  150. Neumann
  151. Cromwell Fleetwood Varley
  152. Gramont
  153. Denton
  154. Tillyard
  155. Fontenay
  156. Lindsay Johnson

segunda-feira, 17 de março de 2008

As coisas estavam nesse pé quando a Helade foi sacudida pelo verbo impetuoso do filho de Fenarete.

Impulsionado por uma força inconsciente emanada de sí mesmo e cognominada daímon, poz-se Sócrates a denunciar as mazelas do politeismo.

Segundo argumentava "Não pode haver dois deuses pois um limitaria o outro perfazendo dois seres limitados, Deus deve ser necessariamente ilimitado, logo um."

Tão claro, simples e meriadiano esse raciocínio que impõe-se a todos os homens. Os antigos gregos porém ficaram exasperados diante dele a ponto de dois sacerdotes Anito e Melito, acusarem o ilustre filósofo de corruptor da juventude e introdutor de divindades estrangeiras.

Certamente que ao aludir a divindades estrangeiras os 'piedosos' sacerdotes tinham em mente Ahura Mazda, o Deus invisivel dos persas, seus inimigos figadais o que deve ter excitado os animos dos atenienses, cuja cidade havia sido posta a saque pelo grande rei Xerxes, a cerca de oitenta anos!

Arrastado ao tribunal religioso de Atenas, o aerópago Sócrates foi inquirido sobre seus ensinamentos e condenado a exilar-se ou a morrer, por diferença de um ou dois votos.

Tendo diante de si o testemunho imaculado da consciência o Filósofo preferiu sorver a taça e enfrentar a morte que fugir, o que segundo ele equivaleria a reconhecer uma culpa que não tinha.

Aos setenta anos de idade Sócrates entrou na eternidade rodeado por seus amados discípulos e mereceu doutro filósofo este elogio: "Se a morte de Sócrates equivale a morte do maior de todos os homens, a morte de Cristo quivale certamente a morte de um Deus."

Tendo Sócrates saido de cena, poz-se a brilhar no céu da filosofia o astro de Aristagoras, se discípulo predileto e mais conhecido por Platão devido a amplitude de seus ombros.

Platão levou adiante as idéias de seu mestre sobre a unidade da natureza divina e ampliou-a sob diversos aspectos dando origem ao ramo da Filosofia que ora chamamos de teodicéa ou justificação racional da natureza divina. Esta sua abordagem encontra-se dispersa nas várias obras de sua lavra, todas em forma de diálogos versando sobre diversos assuntos. Não se trata pois duma abordagem sistematiza, tal e qual foi encetada por seu discípulo Aristóteles.

Aristóteles, filho de Nicômaco, médico grego a serviço do rei da Macedônia nasceu, cerca de 485 a C na cidade de Estagira, situada naquele país considerado bárbaro pelos gregos.

Consciente quanto aos dotes intelectuais de seu filho Nicômaco julgou por bem envia-lo a Atenas, onde matriculou-se na Acadêmia, ouvindo as lições de Platão. E suas reflexões eram tão sábias e judiciosas que o mestre não tardou a apelida-lo de "A inteligência" da acadêmia.

Apesar disso, antes de morrer, Platão entregou as rédeas de seu instituto a um seu parente de nome Xenócrates. Diante de tamanha ingratidão nosso filósofo afastou-se da acadêmia e transferiu-se para junto de seu amigo Hermes, soberano de Atarnéia, vindo inclusive a casar-se com uma de suas filhas.

Tendo esse Hermes sido deposto do trono e executado, Aristoteles regressou a Atenas onde fundou sua própria escola o Liceu. Tendo um de seus ex companheiros de academia lhe perguntado se não era mais amigo de Platão, respondeu-lhe com este dito imortal: Sim amigo de Platão, mas certamente, muito mais amigo da verdade.

Entrementes o Estagirita recebeu uma carta do rei Filipe II da Macedônia, o qual através dela convidava-o para assumir a educação de seu filho o futuro Alexandre III, vencedor de Granico, Issus e Gaugamela. Eis um dos trechos da carta: "Sou feliz por ter gerado um filho e mais feliz ainda porque esse filho vive enquanto tu vives!"

Assim sendo o lógico dirigiu por cerca de três anos os estudos do grande conquistador macedônico. Ainda no fim de seus amargurados dias Alexandre costumava dizer: "Amo a meu pai Filipe porque me comunicou a vida corpórea e a Aristóteles meu mestre porque comunicou-me a vida da alma."

Encerrrada sua régia incumbência Aristóteles retornou ao Líceu para não mais afastar-se dele e dedicou cada um de seus últimos dias a reflexão filosófica, reflexão de que surgiu a teoria realista.

Segundo essa teoria os conceitos ou idéias realizam-se nos elementos ou seres materiais de modo que ambas as realidades: material e imaterial coexistem num mesmo universo formando uma unidade substancial.

Entre seus trabalhos o sábio costumava exclamar: ais a ciência, suas raízes são amargas mas seus pômos são doces.

Além de escrever sobre epistemologia Aristoteles escreveu sobre Lógica, ética, Psicologia, Política, direito, medicina, música, matemática, astronomia, zoologia, botânica, minerologia, poética, etc merecendo a fama de gênio universal.

Sem embargo, seus inimigos estavam a espreita, aguardando o surgimento da primeira oportunidade para molesta-lo e esta surgiu por ocasião da morte de Alexandre o grande em 223 a C. Cientes quanto a morte do conquistador os atenienses deram mostras imediatas quanto a seus sentimentos anti-macedônicos. Uma dessas mostras foi a citação do Peripato pelo aerópago sob a acusação de asebéia ou impiedade...

Diante de tamanho perigo nada restou ao velho sábio senão fugir na calada da noite para Calcis na ilha de Eubéia. E nesta cidade veio a entreguar sua alma no ano seguinte vitimado por uma cólica visicular.

Foi Aristoteles que sistematizou e desenvolveu a teodicéa de seu mestre Platão, elencando as cinco provas que concernem a existência do Ser Supremo.
Fica fácil compreender como no contexto das sociedades absolutistas do Oriente, nas quais a política propriamente dita - decorrente da participação social ou da cidadânia - inexistia, a divininação do homem e do humano não podia chegar a seu termo, deslocando para fora do panteão as representações animalescas e os símbolos fenomenológicos.

Regidas pela força bruta de monarcas que se apresentavam a si mesmo como filhos das divindades, é natural que tais sociedades encarassem tais divindades sob o ponto de vista do poder e da força, pode e força representados com muito mais propriedade por um Leão, por um crocodilo ou por um touro do que por um homem. No contexto de tais sociedades convinha que apenas e tão somente o rei, enquanto filho do deus, fosse divinizado, somente numa contexto no qual o rei fosse suprimido e substituido pela assembléia do povo, as divindades poderiam ser completamente humanizadas, de modo que o mundo celestial se refletisse de alguma maneira no mundo sublunar...

A princípio os gregos também eram governados por monarcas todo poderosos e prestavam culto a animais ou a deuses meio homens, meio animais. Educados pelos minóicos os antigos gregos não podiam ter permanecido a margem do culto do touro, quase que onipresente em todo circuito do mediterraneo, posteriormente o touro converte-se num minotauro, até que o próprio minotauro - representante dos deuses antigos - foi morto por um simples mortal: Teseu filho de Egeu, o qual mereceu por isso mesmo ser considerado um herói ou semi-deus.

Todavia, tal e qual aos reis sucederam os oligarcas, a estes os tirânos, e a estes por fim a assembléia do povo, tendência que se tornou preponderante já nos tempos de Sólon, também as formas religiosas deviam alterar-se, passando do zoomorfismo, ao semi zoomorfismo, deste ao semi antropomorfismo, até chegar ao antropomorfismo absoluto e banir do Olimpo todas as representações animalescas. Assim a religião grega não deixou de acompanhar a evolução das estruturas sociais e políticas.

A principio os atenienses devem ter adorado a coruja como animal totêmico e representação divina, a qual por sua vez foi suplantada pela figura duma mulher com cabeça de coruja, posteriormente a coruja passou a companhar a deusa Atena, ja despida de todo e qualquer carater animalesco, até que por fim a coruja saiu completamente de cena dando lugar a uma mulher sózinha ou melhor deusa humanizada...

Certamente que essa evolução não ocorreu linearmente e que nos campo, por exemplo as representações animalescas devem ter coexistido por um bom tempo com as representações humanas, uma ao lado da outra. Nas cidades porém, especialmente nos portos, nos quais as relações pessoais e as estruturas sociais são bem mais dinâmicas, o aspecto animal foi rapidamente superado pelo aspecto puramente humano...

De modo que, num determinado momento - períodos arcaíco, clássico e helenístico - ao menos dos grandes centros comerciais da Helade, todo o panteão religioso se viu expurgado de todo e qualquer conteúdo zoomórfico e por assim dizer humanizado, antropomorfizado...

Momento grandioso este, na história das crenças e idéias, no qual a divindade abandonando todo e qualquer aspecto animalesco e brutal, referente ao poder e a força, assumiu um cárater puramente humano, referente a racionalidade e a ética. Pois certamente que a racionalidade e a ética, num contexto religioso, só podiam impor-se no momento em que as representações daquele que raciocina e escolhe, substituissem as representações daqueles que agem por instinto em função dos apetites.

Por isso no mesmo instante em que o grego pôde contemplar a sí mesmo ou sua natureza divinizada sobre o altar a divindade perdeu automaticamente o seu aspecto feroz, para ser também ela guiada por imperativos humanos e humanitários como a justiça, a bondade, a misericórdia, a generosidade, etc

Enquanto predominaram as formas animalescas do divino representando um padrão de força e ferocidade, predominaram em larga escala os sacrifícios humanos, ou seja, homens eram imolados com o objetivo de aplacar as forças naturais descontroladas... O homem compreendia tais acidentes como castigos enviados pelas divindades, certamente porque ele havia se acomodado e deixado de servi-las como elas desejavam ser servidas: com vítimas e efusões de sangue... pois segundo afirmavam os sacerdotes dessas divindades implacáveis, os deuses haviam criado os homens para serem servidos, adorados e alimentados por eles, mormente com carne e sangue humanos.

Até mesmo no pacífico Egito os Faraós não deixavam de imolar, exporadicamente, alguns prisioneiros a leoa Sekmeth, esposa de Phta, o grande Senhor de Mênfis. Na Suméria e na China dezenas de servidores acompanhavam o rei divino a sua morada eterna... Por esse tempo, todavia, boa parte das divindades já havia assumido alguma característica humana.

Seja como for a representação humana dos deuses parece ser incompativel com a imolação se seres humanos, nesse momento, as oferendas humanas tiveram de ser substituidas por oferendas animais, Observe-se que o homem de oferenda transforma-se em deus e que os animais, outrora divinizados tornam-se oferendas.

No extremo Oriente dois reformadores religiosos, ambos agnóstas, Buda e Mahavira, deram mais um passo a frente a acabaram abolindo até mesmo o sacrifício de animais. Posteriormente ambos acabaram por ser divinizados por seus adeptos os quais substituiram por suas representações - representações humanas - os deuses animalescos da antiguidade como Ganesha e Vaara.

Cumpre notar ainda que os gregos além de humanizar suas divindades fizeram-nas representantes de um ideal de graça e de beleza. De modo que Apolo tornou-se como que o símbolo imortal da beleza masculina enquanto que Afrodite converteu-se em símbolo da beleza feminina. Já não se tratava de colocar o homem real, com seus defeitos e limitações físicas, sobre o altar, mas de se divinizar a própria beleza humana na harmônia das linhas e traços.

Pode se dizer que os gregos fizeram do estético ou do belo o centro de seu culto em oposição aos ídolos monstruosos cultuados pelos povos antigos.

E do estético passou a evolução ao terreno do ético ou da moral.

Efetivamente os deuses apresentados por Homero na Íliada em nada se distinguem dos mortais exceto pela imortalidade e pela beleza, imortalidade e beleza que adquirem consumindo o néctar e a ambrósia. No mais suas ações e operações refletem sempre os vícios e paixões humanas: Zeus teve por amantes a Leda, Semele, Maia, Europa, Alcmena, etc Hera fazia as vezes de esposa rancorosa e ciumenta, Apolo era dado ao roubo e a mentira, etc

De todas essas lendas valeram-se os Cristãos: Aristides, Quadrato, Milciades, Justino, Taciano, Hérmias, Agostinho, etc com o intuíto de atacarem a religião dos antigos gregos. Já Platão havia empunhado seu látego contra Homero, afirmando que ultrajado a santidade dos deuses...

O fato é que o povo em sua maioria, especialmente a gente dos campos, permanecera insensivel as abjurgatórias de Platão e de seus pares. Quinhentos anos após o lançamento da "República" as massas ainda concebiam os deuses nos termos homéricos ou seja enquanto multiplos e imorais, de modo que a crítica dos apologistas Cristãos era absolutamente justa.

Nas cidades porém formara-se já no século anterior a Platão um núcleo de intelectuais que concebiam as divindades homéricas como emanações ou atributos de Zeus, o Deus único e monarca supremo do universo. O próprio cárater de Zeus distinguia-se perfeitamente dos deuses homéricos pela santidade, pelo amor a justiça, pela misericórdia, etc

Eis o testemunho eloquente de Ésquilo:

"O pensamento de Zeus é díficil abarca-lo,
brilha em todos os lugares
mesmo na treva da noite e no coração dos homens angustiados...
Na mente de Zeus estão todos os seres,
pela profundeza da realidade
Se estendem as sendas dos seus desiginios
Que não somos capazes de compreender...
Ele não emprega de violência em suas empreitadas
Para Deus nada é díficil de realizar,
Serenamente executa seus ditames
Assentado sobre os sólio magestoso planeja
E assim se cumpre." in Aischylos, p 58
Paralelamente os conceitos pertinentes a religião popular também iam passando por uma depuração, lenta, porém real.

Se tomar-mos como exemplo o aspecto da representatividade dos seres divinos no contexto da religião pagã, a evidência quanto a esse processo é por assim dizer a toda prova.

Segundo cremos os primeiros deuses cultuados por nossos antepassados estavam relacionados com as forças ou fenômenos naturais fossem de natureza cósmica ou telúrica, isto é concernentes aos astros ou a terra.

Nesse contexto o mais provável é que prestassem culto aos próprios elementos enquanto tais adorando astros, pedras, fontes, etc sem necessidade de representa-los uma vez que estavam sempre presentes em todo tempo e lugar.

Os arqueólogos tendem a afirmar que as diversas estátuetas femininas, representando mulheres obesas ou grávidas e cognominadas Vênus, estão relacionadas com o culto duma espécie de deusa mãe - relacionada com a terra e talvez com a germinação das sementes - mas, tais afirmações são puramente hipotéticas se levamos em consideração a inexistência de fontes escritas. Encaradas como objetos de fetiche - algo semelhante ao nosso Vodú - tendo em vista o sucesso da procriação e do parto, nada nos obriga a encara-las como representações de divindades...

Embora não possamos averiguar com absoluta certeza por falta de provas concludentes estamos persuadidos de que as forças naturais divinizadas pelo homem durante o neolítico, foram quase que imediatamente extendidas aos animais e vegetais. Se levarmos em consideração que a temática dominante nas pinturas parietais é a fauna e que tais pinturas foram confeccionadas com o objetivo fetichista de se garantir uma caça abundante, fica fácil de se compreender como o homem primitivo associou ao culto das fenômenos naturais que o aterrorizavam, o culto dos "espíritos" animalescos que desejava apaziguar ou até mesmo, conquistar a afeição, sempre com o intuíto de garantir o sucesso em suas caçadas.

Nas civilizações agricolas e sedentárias, devido a necessidade de se aplacar os elementos e preservar as culturas predominou decerto o culto as divindades fenomenais, enquanto que nas civilizações semi sedentárias dependentes da caça floresceu o culto dos espíritos anímalescos, culto que acabou dando origem ao totemismo.

A ideologia totemista postulava uma aliança entre espírito de um determinado animal - o urso, o leão, o touro, etc - e um determinado grupo humano ou clã. O animal tanto podia ser aquele de que o grupo mais dependia enquanto fonte de suprimentos, quanto um animal que lhe prestasse auxilio em suas caçadas, como o cão por exemplo. Em diversos casos concluia-se por uma perfeita identidade entre o espírito daquele animal e cada um dos membros do grupo, segundo criam os caracteres e poderes do espírito em questão eram - em certas circunstâncias - assimilados por seus adoradores.

Mais tarde, com o desenvolvimento da agricultura a caça ao animal símbolo do grupo acabou sendo vedada e o consumo de sua carne considerada um tabú ou maldição. No Egito, como já dissemos, a exaltação dos espíritos totêmicos de cada nômo acabou dando origem a uma espécie de culto "sui generis" a zoolatria.

Seja como for parece certo que os primeiros deuses a ser representados foram representados sob a forma de animais. Parece que dentre esses animais predominou a figura do touro, representado como divino primeiramente nas pinturas de Çatal Huyuk ( + - 7000 a C), e posteriormente em Harappa, em Creta, no Egito, na Península Ibérica, etc Parece que devido a sua constituição robusta o touro o touro como que representava todos os espíritos animalescos...

Parece que no alvorecer do período histórico um certo intercâmbio ideologico entre os povos acabou por associar o fenomenismo naturalista com o totemismo de modo que a cada divindade-fenômeno passou a corresponder uma divindade animal e vice versa. Esse tipo de associação era geralmente representado por um animal acima do qual ou sobre o qual era gravado um símbolo fenomenal cósmico ou telúrico...

O Hórus egipcio por exemplo, era representado por um falcão cuja fronte era nimbada pelo disco solar.

Parece que foi na suméria que o elemento humano foi introduzido pela primeira vez nas representações divinas.

Alguns arqueologos sustentam que certas esculturas humanas encontradas nas tumbas pré dinásticas do Egito, são representações de divindades, parece, entretanto que se tratam de figuras de adoradores, quicá tomadas a arte religiosa sumeriana. Haja visto que, nas paletas pertencentes a época tinita - inclusive na de Menés/Narmer - a divindade principal: Hórus, continua sendo representada exclusivamente pelo falcão e pelo disco solar, sem quaisquer traços humanos.

É na Suméria que nos deparamos pela primeira vez - cerca de 3000 a C - com uma representação semi humana do divino. Trata-se daquele selo no qual Enki, o deus das águas é representado como uma espécie de sereia ou seja metade homem, metade peixe. Segundo Berósio os sumérios haviam sido instruidos por um ente metade homem metade peixe chamado Eoanes...

Pouco depois, cerca de 2.500 a C já nos deparamos com um Enki totalmente humano, exceto por suas mãos donde saem fluxos de água, e pelo seu totem/símbolo o peixe.

Enlil, muito provavelmente representado como um bode nos tempos pré históricos, passa a ser representado por uma espécie de sátiro, ou seja, por um homem com orelhas, rabo e pés de bode.

Inana, quiça representada por uma ave nos tempos pré-históricos passa a ser representada por uma mulher com quatro asas.

Aos poucos todos os membros do panteão sumeriano vão assumindo formas cada vez mais humanas, até que se em sua maioria se convertem em homens ou mulheres acompanhados por animais totêmicos e símbolos fenomenologicos. Nos períodos Babilônico e assírio, tais transformações se acentuam ainda mais de modo que os próprios símbolos acabam desaparecendo e com eles os derradeiros vestígios de naturalismo e totemismo. Surpreendentemente algumas representações animalescas permanecer irredutiveis a quaisquer transformações tais como a da divindade assíria Nesroc, representada por um homem com cabeça de águia...

Da suméria tais transformações passaram ao Egito de modo que os deuses também passram a ser representados com o corpo humano e cabeça de animal. Posteriormente algumas divindades como Osíris, Isis, Néftis e Amon antropomorfizaram-se por completo, mantendo junto a si porém, o animal totêmico. A maior parte das divindades porém, como Toth, Anubis, Sekmeth, Hator, etc, não acompanhou essa transformação, que sendo assim permaneceu marginal.

Nem no Egito, nem na Suméria a religião foi capaz de romper definitivamente com o zoomorfismo. Com maior ou menor proporção o zoomorfismo sempre permaneceu presente no imaginário divino dos povos orientais, seus sacerdotes iniciaram a revolução antropomórfica, mas não foram capazes de consuma-la, certamente que o antropomorfismo só poderia triunfar por completo numa estrutura social tanto mais dinâmica quanto perticipativa: a pólis grega.

terça-feira, 11 de março de 2008

Após Xenófanes, Parmênides e Melisso, floresceu Anaxágoras de Clazômenas, o qual em seu livro "Da natureza" exprimiu estes pensamentos:

"E como haviam de ser e como eram, e quantas são agora e quantas serão depois, tudo o Espírito dispos e também as revoluções que hora se sucedem nos astros, no sol, na lua, no ar, no éter, conforme seus movimentos... certamente nenhuma coisa se distingue da outra, exceto o Espírito. O Espírito é idêntico e sem medida, exceto ele nada é idêntico, pois tudo é limitado.."

Quanto ao significado destes seus pensamentos, ouçamos o divino Platão:

"Certo dia ouvi alguém ler de Anaxágoras, como dizia, que uma mente é coordenadora e causa de tudo. Encantado com essa causa e, de certa maneira, perecendo-me bem que a mente fosse causa de tudo pensei: "Se isto é assim, a mente coordenadora organiza tudo e estabelece cada coisa da melhor maneira possível... imaginei ter encontrado em Anaxágoras um mestre da causa dos seres." in Fédon 97b

E noutro passo: ""Mas Anaxágoras diz que o justo é Espírito, pois este sendo independente e com nada se confundindo, coordena as coisas dispondo-as todas," in Crátilo 413c

Aristóteles por sua vez tece o seguinte comentário: "Como princípio, ele coloca o Espírito acima de todas as coisas, pois é o único dos seres conforme declara "simples, puro e sem mistura." E atribui ao mesmo princípio ambas as funções: o conhecer e o dispor, afirmando que esse espírito é origem do movimento." in "De anima"I, 2. 405-415

Ainda segundo o estafigirita "Se alguém diz que o Espírito esta presente nas coisas, digo na natureza enquanto causa do universo e seu ordenador, parece-me um homem sóbrio em contraste com aqueles que falaram, ao acaso, antes dele. Sabemos, com efeito, que Anaxágoras professou claramente esta teoria, mas Hermótimo de Clazômena, tem a fama de te-la concebido originalmente." in Metafísica, I, 3. 984b

Posto esta que Anaxágoras e todos os Filósofos que lho precederam não concebiam o Ser Supremo como um homem ou velhote encarquilhado assentado num trono sobre as nuvens do céu... essa imagem patética, tão comum ao pensamento semita jamais passou pela cabeça de qualquer pensador helênico...

Pois até Platão, todos os sábios gregos foram adeptos da imanência ou da presença de Deus no universo, do qual ele por assim dizer era inseparável. Por isso diziam que o Ser Supremo era a alma do mundo, ou seja, um Espírito isento de forma difuso por toda sua extenssão sem ser localizável em qualquer ponto...

Dentro desta visão não havia espaço para qualquer espécie de criação ex nihil.

Segundo o pensamento grego a matéria, tal e qual o espírito ou a mente que lha penetrava era eterna e sem princípio. Competia ao Espírito não o ato de cria-la, mas sim o ato de informa-la, de dar-lhe uma forma ou de organiza-la.

Para os antigos gregos Deus era antes uma mente coordenadora que agia sobre a matéria, que uma força criadora que lha retirava magicamente do nada...

Nem por isso os gregos confundiam as coisas divinizando a matéria... para eles a mente divina e a matéria sob a qual essa mente exercia sua ação ordenadora, acabavam por fazer um todo integrado e perfeito. Além da matéria distinguiam perfeitamente uma mente, um espírito, um Ser ordenador, mas não separavam este ser da matéria sobre a qual agia.

Espírito ordenador e matéria ordenada eram, por assim dizer um todo harmonioso.

O Espírito divinizava a matéria atuando de forma inteligente sobre ela e a matéria era divinizada recebendo sua forma do Espírito divino, em as duas realidades, inda que distintas acabavam por formar um todo orgânico.

Não se trata como querem alguns de monismo, pois os principios ordenador e ordenado eram coertenos, mas também não se trata dualismo ja porque, mesmo sendo distintos, acabavam por formar um todo harmonioso: o pensamento grego sobre Deus é irredutivel as duas definições modernas. É certo todavia, que não separavam o Criador de sua criação como os adeptos da transcendencia e que escapando ao dualismo não faziam dele um ser localizavel...

Quanto as limitações deste tipo de concepção distinguo antes de tudo o perigo de se cair no panteismo ingênuo que identifica Deus com o universo ou a matéria e que, suprimindo o princípio imaterial converte-se num ateismo muito mal disfarçado. Tal não era o pensamento dos filósofos acima referidos, os quais sem negar a especificidade do princípio imaterial, nem por isso separavam-no do universo material, mas, faziam-no presente nele ou seja imanente e difuso.

O segundo grande risco que se corre ao esposar tal opinião é encarar o mundo como parte de Deus, logo, como um ser constituido de partes, Sobre essa opinião nutrimos os mesmos sentimentos que Agostinho: "Se é assim, quem não vê quanta impiedade e irreligiosidade se segue, posto que, ao pisar, se pisa uma parte de Deus e, ao matar qualquer animal, se reduz a pedaços uma parte de Deus? Não quero nem dizer o quanto pode vir a imaginação e não pode dizer-se, sem que a gente core de verginha." in Civita Dei IV,12

Por isso os filósofos costumavam dizer que o universo, sendo todo penetrado pelo poder divino e por assim dizer divinizado não era parte de Deus ou Deus em si mesmo. Sendo metaforicamente chamado corpo divino nem por isso era considerado como uma parte constituitiva de Deus. Deus proprimente dito era apenas o elemento imaterial, o elemento material era seu campo de ação, divinizado e glorificado por ele.

O terceiro grande risco implicado nesta concepção da imanência é que evitando localizar ou situar Deus fora do mundo, caimos no erro de circunscreve-lo aos límites deste universo. Os gregos porém imaginavam um universo ilimitado.

Mesmo quando levamos em conta os riscos e abusos a que a teoria da imanência esta sujeita, não podemos deixar de reconhecer sua superioridade quanto a teoria rival - predominante nos meios semitas - que separando radicalmente o Criador das criaturas ou Deus do mundo, acabou por localiza-lo, por traduzir sua natureza em termos humanos e por mergulhar no pântano do antropomorfismo. Dir-se-ia que o deus hebraico separado do mundo acabou convertido num homem absolutibilizado, num monarca celestial a semelhança dos monarcas orientais, num imperador divino com seu palácio, trono, côrte, exércitos, corrêio - os anjos importados do zoroastrismo - , num juiz com seu tribubal divino, promotores, advogados, ofíciais, etc

A imanência, mais do que a transcêndencia soube respeitar o cárater espíritual da divindade e a teodiéia helênica é a maior prova a esse respeito.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Ficasse o gênio grego - tão fecundo nas mais diversas áreas do conhecimento humano - inativo e ocioso diante da questão teriamos diante de nós uma anômalia inexplicável...

O caso é que desde o século VI a C os gregos tomaram ciência da unidade divina por via meramente racional e reflexiva.

Tão nítido foi o conhecimento aurido pelos gregos a esse respeito que diversos Padres da Igreja como Aristides, Atenagoras, Justino, Clemente, Orígenes, Eusébio, Agostinho, etc atribuiram-lhe a faculdade da profecia.

"Todos os que pensaram deacordo com a razão divina são Cristãos - embora tivessem sido considerados ateus pelos politeistas - tais são, entre os gregos Sócrates e Heráclito e entre os bárbaros Abraão, Ananias, Azarias, Mizael, etc" escreveu Justino em sua primeira apologia.

Parece que o primeiro filosofo a deduzir a unidade divina foi Xenófanes de Colofão.

"Os mortais creem que os deuses são gerados,
que como eles se vestem tem corpo e voz...
Os egipcios dizem que os deuses tem nariz chato e são negros,
os trácios que tem olhos verdes e cabelos ruivos...
Mas se mãos tivessem os bois, cavalos e leões
e pudessem com elas desenhar e criar obras como os homens,
os bois, cavalos e leões representariam seus deuses,
como bois, cavalos e leões, tais e quais eles mesmos são...
Existe um único Deus, superior a deuses e homens,
Ele não se assemelha aos mortais nem pela forma nem pelo entendimento."

Eis o que ele escreveu sobre a divindade.

Após ele a unidade foi afirmada por Parmênides de Elea:

"Eis os indícios do ser: sendo ingênito é imperecivel,
pois é pleno inabalavel e sem fim,
nem conhece passado ou futuro mas presente continuo,
é uno e sem começo,
não possue extensão ou volume,
Nem podemos concebe-lo nitidamente e palavras faltam para descreve-lo...
Nele não há divisão ou partimento, pois é todo indêntico,
Nele não há nem menor nem maior,
Pois é absoluto.
Por outro lado é imovel em límites de imensos liames,
É sem princípio, dinâmico, incorruptivel,
Mas os homens para longe se afastaram desta crença verídica." Da natureza VIII

Parmênides foi sucedido por Melisso de Samos, o qual testifica:

"Assim, pois, é Eterno, Infinito, Único e Pleno.
Jamais haverá de perecer ou de vir a ser maior,
Tampouco haverá de passar por quaisquer transformações,
E nunca experimentará a dor ou o sofrimento
Pois se experimentasse tais vicissitudes não seria o Único,
se se altera perder sua simplicidade,
perece o que não era antes e que depois deixara de ser...
Não recebe acrescimo, não perece, não se altera, não muda, como os demais seres,
Imovel." Sobre o Ser VII
Enquanto isso, do outro lado do mundo, a consciência humana não permanecia ociosa quanto a aquisição da verdade.

Enganam-se por completo aqueles que imaginam ter sido o monoteismo uma aquisição exclusiva do pensamento Ocidental ou que sua descoberta esteja ligada a uma determinada região do planeta. Muito pelo contrário trata-se duma idéia apreendida por elementos pertencentes as mais diversas culturas e geograficamente separados uns dos outros por uma larga extenssão de terras.

Aflorou na China e aflorou na ìndia, como testemunham as fontes e documentos religiosos daqueles povos, embora fosse, posteriormente eclipsado pelos preconceitos religiosos e crendices que prevalecem nesses países até os dias de hoje.

Cerca do século V a C floresceu na antiga China um dos homens mais extraordinários a que se referem os anais da História: Motse. Segundo Mencius, Motse "seria capaz de sacrificar a cabeça e os calcanhares em benefício da humnidade.". Chuangtse descreve os seguidores de Motse como homens que trajavam fatos grosseiros, que calçavam sandálias e que tinham por escopo viver apenas com o que fosse estritamente necessário, sem luxos e dissipações.

Na esteira do Faraó herético esse São Francisco Chinês escreveu um livro inteiro com o objetivo de mostrar a todos os homens a futilidade da guerra.

"O Céu, diz ele, deseja que os homens se amem uns ao outros e se auxiliem mutuamente e reprova que se odeiem e prejudiquem."

E arremata: "O céu deseja a jutiça e abomina a iniquidade."

Eis como se expressa sobre as guerras: "Asssim quando se comete um crime isolado todos o consideram digno de condenação, mas, quando esse crime assume proporções maiores como ocorre nas guerras, ninguem lho conden, antes aplaudem-no. Acaso há justiça e ponderação nisto? Assim concluimos que as autoridades não sabem a diferença que há entre o justo e o iniquo.".

Passando aquelas regiões tropicais que se situam entre o Ganges e o Indo, nos deparamos com estas luminosas expressões:

"Não há senão um Deus e não pode haver outro. Só ele governa e rege o universo pelo poder superno. Ele está por trás de todos os seres e foi ele quem criou os turbilhões de mundos. Ele é o protetor generoso que tudo ampara e sustenta até a consumação dos tempos.

Ele é o Criador e a origem dos deuses todos, Único e grande vivente, Senhor de tudo, criador de tudo o que há.

Conheço a imenssidão do teu ser e sou iluminado em meio a escuridão. Aquele que obteve este conhecimento não conhecerá a morte, eis o único caminho a ser trilhado.

O universo todo está cheio da tua presença soberana e além da qual não há coisa alguma. Pois estás sozinho contigo e desacompanhado.

Tú não possues qualquer tipo de forma e não és dominado pela paixão.

Grande pessoa e Senhor que moves a nossa existência, a tua natureza é pura, és onipotente.

Onipresente é e tudo sabes...

Teu espírito incorporeo é que governa todas as coisas." In Upanishad Svetasvatara.

"Todos os seres habitam em mim, mas, eu não habito neles.

Como o ar sendo amplo se move em toda parte, todos os seres existem em mim...

Mas ouve filho de Kunti: os que possuem a alma grande esses reconhecem-me a mim como fonte imutavel dos seres e adoram-me com devoção exclusiva e fervorosa.

Eles contemplam a minha glória e curvam-se reverentes diante da minha magestade eterna.

Eles reconhecem-me como o único, o exclusivo e isento de formas.

Eu sou as ervas do campo, o cântico sagrado, a oblação ritual, o fogo e o sacríficio.

Sou Pai e Mãe do universo, o grande sustentáculo, o Senhor supremo, o único, o misericordioso.

Sou o caminho, o amparo, o amigo, a prova, a morada, o refúgio, o princípio, o fim.

Sim Arjuna eu sou a fonte de todo calor e retenho a brisa em meu poder.

Sou a morte e a imortalidade, o oculto e o manifesto.

Os que me adoram e me consagram todos os pensamentos, a esses devotos eu prometo a felicidade e concedo a remissão.

Aqueles que associam outros deuses a mim e lhos adoram pecam contra a lei, pois até mesmo essas divindades me adoram.

Pois somente eu sou o Senhor enquanto eles desconhecem a verdade e estão sujeitos a roda dos nascimentos.

Os que adoram os deuses vão para os deuses, os que adoram ancestrais vão para os ancestrais, os que adoram os espíritos vão para os espíritos, mas os meus adoradores vem até mim.

Aquele que com devoção me oferece uma folha, uma flor, um fruto, uma gota dagua com devoção eu aceito.

Eu sou o mesmo para todos os seres e não faço distinção de pessoas. Os que me adoram piedosamente estão em mim e eu neles...

Todos os deuses não conhecem a minha origem, pois eu sou a origem dos deuses e espíritos.

Eu jamais nasci ou fui gerado, em mim não há princípio pois eu sou o Senhor Supremo do universo...

Eu sou a fonte de todos os seres, tudo parte de mim e me presta culto.

Os corações que se saciam de mim fluem duma alegria eterna." Bagava Gita. cap IX e X

Posteriormente esses pensamentos foram reeditados por Manikka Vasagar, Ramajuna e Mandhava o Amandatritha, no decorrer da era Cristã.