domingo, 9 de março de 2008

Em consonância com a idéia errônea que faziam a respeito na natureza ética de Deus, os bárbaros hapiru acabaram por perpertar em seu nome um dos primeiros genocídios da História.

Para que compreendamos o porque da limpeza étnica posta em prática pelas doze tribos na Palestina ou Canaã, como era então chamada, é necessário que tenhamos presente diante de nós que se o legislador hebreu conseguiu assimilar as noções de espiritualidade, eternidade e unidade divina, não fora capaz de sacar as devidas consequências e de concluir que esse Ser divino havia criado todo o universo, todas as nações e todos os povos. Aquele espírito católico que encontramos expresso com tanta clareza nos escritos de Iknaton, só emergirá na rude consciência dos Israelitas setecentos anos depois, no tempo dos grandes profetas.

Por hora esse Espírito Eterno e Único reverenciado pelos hebreus é encarado como monopólio ou possessão sua, ou antes israel é que passa a ser encarado como o único povo, como a única nação, como a única coletividade criada por deus. Sob este aspecto permanecemos no terreno do paganismo, pois cada povo considerava-se criado por um e para um deus, encarando os demais povos como criaturas produzidas por outros deuses, deuses que a consciência hebraica não tardará a encarar como diabos, em suma: os povos pagãos teriam sido criados pelo demônio e vomitados pelo inferno.

Encarados dessa forma, como alienigênas ou possessos a sorte dos cananeus foi bastante ingrata: segundo as crônicas posteriormente forjadas pelos sacerdotes, o deus único havia prometido aquelas terras todas, como herança a Abraão e a sua posterioridade. De modo que exterminar os pagãos e apossar-se delas era como que um dever para com a religião de seus antepassados.

Não se dando por satisfeitos com atribuir esse roubo a divindade os senhores do templo atribuiram outros tantos crimes, ainda mais revoltantes a sua natureza. Pois registraram em seus livros sagrados que o próprio deus teria votado nascituros, idosos, mulheres grávidas - e pasme - até mesmo animais, a aniquilação.

Não sei que tipo de pecado ou de crimes os animais desprovidos da faculdade de pensar e de decidir podem ter cometido, mas do contrário os escritores judaicos é que devem ter cometido alguns pecadilhos...

Até hoje, em pleno século XXI, milhões de Cristãos nominais ainda consideram esses crimes tão hediondos como sendo a expressão da mais fina justiça, pelo simples fato dos sacerdotes judeus terem-nos atribuidos a vontade divina!

Os próprios hebreus não eram, em certas circunstâncias tratados com mais equidade:

Moisés não sofre qualquer penalidade por ter quebrado as tábuas escritas pelo próprio deus, mas é castigado por ter batido três vezes com seu cajado numa pedra ordinária...

Aarão seu irmão confecciona uma réplica do boi Apis para o povo e não só permenece impune como revestido do sacerdócio enquanto o povo é massacrado...

Os pais pecam e os filhos e netos é que são punidos até a quarta geração, ou seja, o inoscente para pelo culpado...

Compreende-se que tais noções se reflitam perfeitamente o estado moral de um povo bárbaro, recém saído das areias escaldantes do deserto, mas de modo algum aquele ideal absoluto de justiça concernente a natureza divina!

Pois nesse caso o deus judaico, adorado até hoje por grande parte da Cristandade nominal, se distingue apenas externamente das divindades pagãs, ou seja, em seu número e não em suas relações com os seres humanos.

Será um certamente, um Zeus, um Hermes, um Ares, um Vulcano, etc mas não um Deus, aquele Deus perfeito a que chamamos Pai!

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